Pesquisas mostram que a dor da rejeição ativa as mesmas áreas da dor física.



O sentimento de rejeição é uma das experiências mais fortes e dolorosas que as pessoas enfrentam durante a sua vida. A rejeição pode ser entendida como a emoção que experimentamos quando não somos aceitos , ou excluídos , seja no  contexto familiar, amoroso, profissional, social e até acadêmico.

As rejeições são os cortes e arranhões psicológicos que machucam a pele emocional e penetram na carne.  Mesmo com a frequência das ocorrências, o rejeitado pode não conseguir formar uma carapaça --muitos sofrem tanto que a dor lhes inunda de raiva e solapa a autoestima.

Não é para menos, afinal, o ser humano tem necessidade de ser aprovado, de ser aceito. Pertencer a uma sociedade, a uma família, é uma necessidade básica. E a rejeição tira esse direito. Fica um vazio. A sensação é profunda, dói no peito, parece que estão enfiando uma faca.

Não se trata de figura de linguagem. Em seu livro ( Emotional First Aid- Primeiros socorros emocionais), Guy Winch cita estudos que, por meio de ressonância magnética, mostram que a dor da exclusão social ativa no cérebro as mesmas áreas acionadas pela dor física.
O mesmo acontece em relação ao sofrimento amoroso, demonstrou trabalho mais recente, não citado no livro. Em pesquisa feita nos EUA, 40 pessoas que tinham recentemente levado um chute do parceiro foram submetidas a duas experiências: em uma, viram fotos de seus "ex"; na outra, receberam estímulos térmicos semelhantes ao de café quente derramado na mão. Nos dois casos, o cérebro deu respostas similares.

As reações das pessoas, porém, são diferentes. Há os que simplesmente superam, vão em frente, mas também há os que caem na autocomiseração e na depressão. Sem falar nos casos em que a rejeição se transforma em raiva. É uma reação que pode vir da própria depressão. Você está indo para o fosso, então violentamente tenta sair do fosso.

Em 551 casos de homens que mataram suas mulheres nos Estados Unidos, quase a metade dos crimes ocorreu em resposta a uma separação, constataram cientistas citados no livro de Winch.

FRUSTRAÇÃO

As pessoas estão menos capazes de lidar com as rejeições impostas pela vida, avalia Araceli Albino, presidente do Sindicato dos Psicanalistas do Estado de São Paulo. "Há pessoas que acham que o mundo é uma grande teta e que todos têm de fazer o que elas querem", diz.

O mundo contemporâneo propaga que é possível você ter tudo; se você não tiver, não alcançar, a frustração é maior. Talvez por isto, As coisas estão mais passageiras. Em relações amorosas, as pessoas não investem o quanto deveriam investir. Se está difícil, já passam para outra.

Mas fica a dor. Que pode ser superada. É preciso encarar a rejeição como um aspecto da vida. E reconhecer que você pode trilhar outro caminho para abrandar a dor. Não que isso seja simples. Em muitos casos, é preciso buscar ajuda de um especialista. Mas o rejeitado também pode se ajudar. Ouça o que as pessoas falam de você, e não apenas o que você pensa.

Como lidar com a rejeição

  • Ao passar por uma situação de rejeição se dê o direito de ficar chateado e dê um tempo para si mesmo para elaborar a situação, mas não exagere.
  • Converse sobre o assunto com alguém de sua confiança.
  • Aceite o que aconteceu. Quando mais rápido você aceitar a rejeição que sofreu, mas cedo você estará apto a seguir em frente, não se martirize!
  • Não perceba a rejeição como uma característica pessoal. Ser rejeitado não define quem você é!
  • Se ocupe com coisas agradáveis e retome seus projetos logo que se sentir melhor.
  • E caso necessite de ajuda para lidar com a rejeição lembre-se de procurar uma psicóloga, que é a pessoa capacitada e preparada para auxiliar nas dificuldades emocionais. Conte com esse apoio!
Debora Oliveira
Psicóloga Clínica


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