
As crianças menores costumam sentir quando
tem um irmãozinho mais novo na família. Muitas delas choram, ficam irritadas,
fazem manha, acham que os pais não gostam mais delas. A questão é vira um drama
dentro de casa, mas é claro que dá para contornar. A seguir a psicóloga Raquel
Jandozza, criadora do projeto Pré-Natal Emocional, lista algumas dicas para
ajudar a passar por isso com mais tranquilidade.
Dar carinho é o primeiro passo
O principal ponto é a conduta dos pais, que
influencia na forma como a criança age. Ao invés de ficar perguntando ‘Você não
quer? Não gostou?’, o melhor a fazer é abraçar, dar carinho. Porque,
geralmente, sentimentos como ciúme são ligados à insegurança, ao medo de que o
outro ocupe aquele lugar de afeto”, explica.
Falar sobre o assunto
Cabe aos pais mostrar para a criança que o
bebê está chegando para somar afeto, para multiplicar o amor, e não para tirar.
E isso deve ser feito desde o início da gravidez. “É preciso apresentar esse
novo membro mesmo antes da chegada dele, como um evento importante que vai
trazer para aquela criança mais uma pessoa para amar. Não tem que esperar os
últimos momentos”, diz.
Ela orienta ainda a nunca esconder a
gravidez, até porque a criança percebe, ela não é boba. “Tem que falar do
parto, dizer que o bebê vai sair da barriga da mamãe, que talvez por alguns
períodos a mamãe não vá poder estar totalmente dedicada, mas que estará ali
sempre e vai continuar amando, assim como o pai”, diz.
Não forçar responsabilidades
Mas é necessário, também, ter cuidado para
não jogar uma carga grande de responsabilidades. “É bom dizer que a criança vai
ter um papel importante, que vai ajudar a cuidar. Mas sem esse peso de que vai
ser o irmão mais velho, o responsável, porque ela acaba não vendo vantagem
nenhuma nisso. O melhor é dizer que o novo irmão vai poder brincar junto, ir
construindo isso ao longo da gravidez”, explica.
Orientar parentes e amigos
É natural que, com um novo bebê, os
parentes e amigos que visitam acabem dando toda a atenção aos pequenos. Mas é
importante lembrar que todas as crianças demandam carinho e o mais velho,
especialmente nesse momento, pode estar sentindo falta.
Então vale lembrar às visitas para
equilibrarem a atenção. Além disso, a psicóloga diz que é preciso orientá-los a
não dizer coisas do tipo “Perdeu colinho” ou “Agora você é o homenzinho/mocinha
da casa”, porque isso não é bom. “É preciso haver uma conduta adequada e
tranquila de todos”, diz.
Dar tempo ao tempo
Ainda de acordo com a psicóloga Raquel
Jandozza, muitos pais sequer esperam a adaptação dos filhos e já intitulam a
relação dos dois dizendo que um tem ciúme do outro. “Tem que dar tempo e apoio,
afinal, é uma nova rotina, e tudo que envolve a chegada de um bebê é diferente
para os pais, imagine para uma criança pequena! Não é de cara que ela vai
gostar”, afirma.
Ela diz ainda que, especialmente as
crianças menores, têm uma ideia de que o novo irmão já vai chegar falando,
podendo brincar, idealizam uma relação que demora a acontecer. “Se alguém
perguntar como o mais velho está reagindo, responda que estão todos se
adaptando”, orienta.
Usar as palavras certas
A dica é nunca dizer que a atenção será
dividida, mas sim compartilhada. E, no dia a dia, sempre envolver o mais velho
na rotina do bebê, dizendo para ter calma, que irão ajudar para que o pequeno
cresça com saúde e, em breve, possam brincar juntos.
Dar atenção especial para cada filho
Embora o melhor para a família sejam as
relações compartilhadas, é importante reservar espaço para que exista uma
relação individualizada com cada um. Se o mais velho está demandando mais
atenção, não tem problema os pais por vezes deixarem o bebê com alguém, ou
enquanto dorme, e dar atenção a ele. “Lidar com crianças enciumadas é dar
carinho da mesma forma que para o bebê. O ideal é ter uma relação equilibrada e
mostrar que o novo membro não chegou como alguém que está tirando nada de
ninguém, mas sim como alguém que trouxe mais”, finaliza a psicóloga.
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