
A
organização do cérebro humano não é estática. Suas conexões se movimentam o
tempo todo, de acordo com a atividade a ser realizada. Foi essa conclusão a que
chegou uma pesquisa feita por cientistas da Universidade de Stanford. Durante
testes de memória, por exemplo, identificaram que a atividade cerebral ocorreu
de forma mais integrada com relação ao estado de repouso. E, quanto maior a
rapidez e a precisão na realização da tarefa, mais integrado o cérebro parecia.
Imagine, então, o
nível de atividade cerebral durante uma prova de vestibular, em que a pressão e
a ansiedade são constantes. “Nesta situação, não apenas o cérebro reage, mas
ele se comunica com outros órgãos do corpo, o que denominamos de eixos. Existe o
eixo hipotalámo-hipófise-supra-renal, por exemplo, que fica mais ativado frente
a uma situação estressante.
Essa ativação leva
à produção de noradrenalina, aumenta a pressão arterial, a frequência cardíaca
e respiratória e há aumento também do cortisol que, em excesso, pode
prejudicar, inclusive, a nossa capacidade de memorizar”, explica Flavio
Shansis, médico psiquiatra e professor da Graduação em Medicina na Unisinos.
Talvez seja por isso que tanta gente tem “branco” no momento da prova.
De acordo com ele,
as áreas ditas mais nobres do cérebro são ativadas durante o vestibular, dentre
as quais o corte pré-frontal é bem importante. “Existem áreas mais relacionadas
à memória, ao processamento de dados, que são mais estimuladas quando colocadas
em demanda.
Estudos mostram que
áreas nobres, como o corte pré-frontal, por exemplo, são ativadas quando são
desafiadas, e isso é mostrado em exames de neuroimagem funcional. Portanto,
provavelmente, no momento de uma prova, essas e outras áreas serão mais
demandadas”, explica Shansis. Áreas da memória, como o hipocampo, também podem
ser mais ativadas em situações que requeiram evocação de conhecimentos
anteriormente adquiridos, que é o caso do vestibular.
E como as conexões
cerebrais não são estáticas, é possível aprimorá-las para obter um melhor
desempenho no vestibular. A leitura e os exercícios de memória podem não apenas
aumentar as conexões, como torná-las mais eficientes. Dormir bem também é
fundamental, pois a falta de sono diminui a criatividade, a concentração, o
aprendizado e a capacidade de planejar e resolver problemas, deixando o
raciocínio lento.
Veja, a seguir,
quais partes do cérebro são acionadas durante o vestibular.
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