Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade e direção.

 


Adultos com TDAH enfrentam um grande desafio ao conduzirem seus veículos. Seja por causa do déficit de atenção que normalmente irá afetar sua capacidade de manter-se focado por muito tempo, sua hiperatividade, bem como sua impulsividade podem fazer com que ele se envolva em acidentes de transito, excesso de velocidade, ocorrência de colisões repetidas e acidentes mais graves envolvendo ferimentos corporais, até mesmo risco de vida. 

As tentativas recentes de estudar os processos ou mecanismos envolvidos na condução em adultos com TDAH oferecem alguma explicação de como a doença aumenta os riscos da direção. As habilidades cognitivas básicas envolvidas e necessárias para a direção parecem ser um problema especial para o adulto com TDAH, uma vez que o ato de dirigir envolve um complexo processo de interação das funções psicológicas e cognitivas. Os motoristas estão expostos no trânsito a fatores de risco, e conduzir um veículo envolve memória, atenção, tomada de decisões em um ambiente repleto de informações, como tráfego de pedestres, de outros veículos, diversidade de sons e imagens. A multiplicidade de fatores, envolvidos no ato de dirigir influenciam o comportamento dos indivíduos e, consequentemente, sua forma de conduzir um veículo. 

As principais funções Cognitivas do condutor em atividade ao dirigir são: 
  • A correta capacidade perceptiva e atencional, para captar o que ocorre ao redor, identificar e discriminar os estímulos relevantes de situações e problemas de trânsito a serem resolvidos; 
  • Perceber a situação, interpretá-la corretamente e avaliá-la; 
  • Tomar uma decisão sobre a ação ou manobra mais adequada; 
  • Executar a decisão com a rapidez e precisão possíveis – a capacidade de resposta do condutor, a performance se referem às atividades sensório-motoras e psicomotoras que o condutor utiliza para o controle do veículo; 
  • Devem-se considerar também os processos e variáveis como personalidade, inteligência, estilos cognitivos, motivação, aprendizagem, experiência, memória, que modulam o funcionamento dos processos psicológicos. 

Diante das características citadas acima, fica mais fácil entendermos o porquê de tanto acidentes envolvendo a direção em adultos com TDAH. Além da dificuldade em manter a atenção, o foco ele precisa ter a capacidade de decidir e como reagir em várias situações em questões de segundos. Somado a isso se encontra a sua dificuldade em ficar muito tempo em uma atividade, o que acaba sendo uma constante nas grandes cidades em nossos dias atuais, além da impulsividade. 

A impulsividade está ligada diretamente a necessidade de estímulos frequentes, de desafios bem como sua dificuldade em conter esses estímulos. Dessa forma ele se envolve em situações de alto risco em busca de estímulos fortes, como dirigir em alta velocidade. 

Adultos com TDAH devem deixar seus celulares ou GPS desligados, além de não comerem ou beberem enquanto dirigem. Conhecer o percurso que irá fazer pode ser de grande ajuda para evitar distrações além de ajudar com a impulsividade. Além disso, ele deverá conhecer as leis de trânsito estaduais, incluindo o uso correto de sinais / indicadores de mudança de direção, intermitentes e requisitos de zona de velocidade. 

Embora os adultos com TDAH com mais anos de prática de condução tenham uma vantagem em relação aos condutores mais jovens com TDAH, ainda assim eles precisam estar especialmente conscientes de suas próprias habilidades bem como das suas dificuldades. Dependendo da intensidade dos sintomas apresentados pelo adulto com TDAH, pode ser necessário um curso complementar do motorista com mais aulas, onde irá ser trabalhado esses sintomas específicos e como ele pode controlar emoções negativas.

Débora Lima de Oliveira
Psicológa Clínica e Neuropsicóloga
CRP: 06/123470


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Hiperfoco e Transtorno de Déficit de Atenção: Como é possível ter concentração demais?

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Como é possível alguém conseguir passar horas focado no trabalho, assistindo televisão jogando games ou até mesmo cuidando de planilhas e, ainda assim, não conseguir prestar atenção em outras coisas? Uma pessoa assim poderia ter déficit de atenção ou seria puro desinteresse por todas as outras coisas além daquilo que gosta? Esta é uma pergunta bem comum, especialmente por parte dos pais, que não se conformam com os filhos serem ótimos jogadores de games, concentrados e na hora da tarefa de casa ou na escola conseguem ser, bem distraídos. 

Para entender plenamente o que ocorre no TDAH - Déficit de Atenção, é preciso conhecer também sobre o Hiperfoco. Muitas pessoas pensam que ter déficit de atenção significa incapacidade de concentração. Porém isto não é verdade. Quem sofre com TDAH pode sim se concentrar, até mesmo ter hiperfoco. Então, qual é o problema no TDAH? 

O TDAH é uma alteração na capacidade de controle voluntário da atenção. Tanto alguém com déficit de atenção quanto uma pessoa comum conseguem prestar atenção. A diferença é que a pessoa comum pode, voluntariamente, controlar o foco da atenção. Quem tem TDAH fica dependente do tipo de estimulação externa ou interna - o que acontece ao redor ou nos pensamentos faz fechar o foco (concentrar) ou dispersar. Em outras palavras, ele até consegue se concentrar um pouco, mas ele não consegue manter a atenção, principalmente em algo que é enfadonho e repetitivo e que não tenha nenhuma motivação externa ( lembrando que o portador de TDAH tem dificuldade em ter uma motivação interna). 

Hiperfoco não é incompatível com TDAH, pelo contrário. O controle atencional está mais diretamente ligado à experiência de prazer e do que consegue manter o foco em função do tipo de estimulação (mais agitada, mais empolgante). Como o controle voluntário esta enfraquecido, a pessoa não consegue exercer autocontrole - que é, conseguir fazer o que ela sabe conscientemente que deveria fazer. Também por isto, o foco é bastante rígido. Quando se está em hiperfoco, pode-se permanecer neste estado por longos períodos, até que por um efeito de cansaço, exaustão ou frustração (normalmente, uma combinação disto tudo) acabe enfraquecendo o controle exercido pelos centros sub-corticais. 

Entrar em hiperfoco pode ser excelente para algumas pessoas. Muitos portadores de TDAH trabalham em áreas ou se dedicam a atividades com as quais se sentem muito envolvidos e motivados. Isto lhes permite chegar a níveis muito superiores de engajamento e envolvimento, embora ainda assim não exatamente no lugar e hora de sua preferência. 

O que fazer para aproveitar o Hiperfoco ao máximo? 

Para tirar do hiperfoco o que ele tem de melhor, são necessárias duas coisas. Primeiro, saber quais situações o induzem (mais frequentemente, pois não é sempre que acontece) e criar estratégias para facilitar a entrada. É comum, por exemplo, adultos terem maior dificuldade para iniciar algumas tarefas repetitivas - e depois que iniciam, seguem com a maior facilidade. Neste caso, entender como seu cérebro funciona ajuda muito. Diminua as distrações iniciais, deixe tudo pronto ao redor para não precisar interromper e apenas comece depois de algum tempo, o hiperfoco positivo assume o controle. 

Também é bem importante treinar a Flexibilidade Cognitiva. Porque isso é importante? Ter um hiperfoco em excesso, por muito tempo, acaba deixando a pessoa exausta e às vezes até mesmo "enjoada", o que pode aumentar a resistência a iniciar, da próxima vez. Por isso é necessário desenvolver essa flexibilidade cognitiva, que irá te ajudar a alternar entre um assunto e outro, ou entre uma atividade e outra sem causar a exaustação e a possível resistência futura.

Débora Lima de Oliveira
Neuropsicóloga e Psicóloga Clínica
CRP:06/123470

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Isolamento social Coronavírus – conselhos para pais de crianças com TDAH

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O período de isolamento social, no qual nos encontramos, pode ser difícil de gerenciar. Pensando em como manter seu filho, com Transtornos de Déficit de Atenção/Hiperatividade, principalmente para os que moram em apartamentos, sem áreas externas, nos baseamos em publicação do Hospital Robert Debré ( França) Centro de Excelência em Distúrbios do Desenvolvimento Neurológico, e sugerimos algumas regras a serem seguidas para uma vida saudável durante as próximas semanas, até que as escolas sejam reabertas.


1-Não corte a medicação de seu filho, a menos que seu médico recomende. O médico do seu filho também pode realizar uma consulta online, caso seja necessário, e enviar uma nova receita por e-mail.


2-Organize os dias do seu filho de acordo com um dia escolar típico, manter a rotina é essencial para quem tem o Transtorno. Por exemplo, manter um horário para atividades/trabalhos escolares através dos materiais educacionais fornecidos pela instituição de ensino e supervisionados pelos pais, assim como proporcionar momentos de relaxamento recreativo (mesmo em ambientes fechados). Não hesite em formalizar o horário do seu filho por escrito, para que ele possa consultá-lo – monte um esquema visual caso seu filho ainda não esteja em idade de alfabetização. Você pode delimitar os diferentes momentos com toques programados. O importante é que seu filho trabalhe e aprenda, o ambiente pode ser mais flexível do que na escola – ele pode se levantar, estudar em pé ou no chão, trabalhar oralmente.


3-Manter horários fixos apara dormir, acordar e fazer as refeições. Para as refeições, não hesite em proporcionar momentos agradáveis ​​regularmente – o que interrompe levemente a vida diária sombria da vida de confinamento.


4-Mantenha os tempos de socialização com pessoas fora de casa diariamente (família, amigos da escola) por telefone e, se possível, recursos visuais online. Programe um tempo sistemático para discussão com os colegas, se for grande o suficiente para interessá-lo.


5-Mantenha uma atividade esportiva diária:  Se possível, faça uma sessão de 30 minutos pela manhã e 30 minutos à tarde com atividades físicas. Alguns exemplos: correr no corredor, andar a pé, rastejar em um pequeno percurso, ajudar nas tarefas domésticas etc. É um pouco barulhento para os vizinhos, mas é importante (avise aos vizinhos, se puder – sem entrar em contato físico com eles).


6-Organize o trabalho manual durante o dia, como desenho, pintura, música, slime – como lições reais da escola. Mas não é hora do recreio.


7-Organize os horários dos jogos em família à noite, depois do horário escolar, por, pelo menos, 10 minutos com toda a família, jogos de tabuleiro, quebra-cabeças etc.


8-Converse com seu filho sobre a situação atual de forma aberta, calma e adaptada ao seu nível de entendimento, sem detalhes impactantes desnecessários. Você precisa ter palavras tranquilizadoras (para a criança, para a saúde dele e as pessoas à sua volta).


9-Tente perguntar a ele sobre suas preocupações, uma discussão em grupo é sempre mais fácil.

10-Deve-se explicar que a aplicação de medidas de barreira (como lavar as mãos, espirrar no cotovelo, usar um tecido de uso único, sem contato físico próximo) o protegerá do risco de infecção pelo vírus da COVID-19.


11-Por fim, limite a exposição do seu filho a informações na televisão e nas mídias sociais. Essa discussão deve ser repetida regularmente. As crianças estão preocupadas e sofrendo, mas não se expressam como adultos.


13-Se você precisa trabalhar de casa (home office), tente adaptar os seus horários de forma que seja possível alterná-los com o horário de trabalho do seu cônjuge ou de outra pessoa que esteja em casa e possa se ocupar das crianças. Neste momento, muitas empresas estão sendo flexíveis, tendo empatia e se readaptando a nova rotina dos seus funcionários.


14-Cuide-se como pai e mãe, a ansiedade é transmitida aos pequenos. Quando os pais estão ansiosos, os filhos também ficam, é importante cuidar de si, se informar, mas tome cuidado para não ouvir o tempo todo as notícias que podem aumentar a ansiedade. Você também pode fazer sessões de respiração ou relaxamento, com ou sem os filhos.


Não hesite em entrar em contato com o seu médico, psicólogo por e-mail ou telefone. É mais fácil para ele estar disponível e pronto para responder. Muitos profissionais continuarão o atendimento on line com os pacientes.
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10 coisas que valem a pena serem eliminadas para se viver melhor

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A vida é muito curta para mantermos alguns hábitos ou para tolerarmos algumas situações por muito tempo. No final, os anos passam, a vida muda, as pessoas chegam e vão embora. Tudo é cíclico e o que fica são as experiências, os momentos felizes, as boas lembranças e tudo de bom que vivemos e construímos.

Por isso, algumas coisas podem ser eliminadas para que possamos viver melhor. Listamos 10 coisas que não valem à pena mantermos. Confira:


1 – Colocar os outros em primeiro lugar e esquecer de você.

Tentar agradar a todos é sempre uma garantia de frustração. Por mais que se faça e se esforce, cada um tem uma expectativa e um grau de exigência. Reflita se a preocupação em agradar sempre não é uma necessidade de aprovação ou uma insegurança. Foque em suas necessidades, pois cada um é responsável pela própria felicidade.

2 – Não cuidar de si

Quando falamos em saúde, não estamos pensando apenas em saúde física ou em ir ao médico e sim, em um autocuidado de todas as formas, seja na alimentação, em hábitos saudáveis, atividades físicas e não se permitir sentimentos, pensamentos e pessoas tóxicas na sua vida.

3 – Permitir que o outro nos magoe repetidamente 

Os outros só fazem conosco aquilo que permitimos. Se te magoaram, se pisaram em você, te ofenderam, é porque você abriu espaço para isso. Quando nos amamos e nos respeitamos verdadeiramente, não permitimos que os outros nos façam mal.

4 – Procrastinar

Deixar tudo para depois, não fazer as mudanças que são necessárias para nossa vida é uma forma de procrastinar, de autoboicote, uma forma de ficarmos presos na zona de conforto.

5 – Manter-se em uma profissão ou emprego que o faz infeliz

Passamos a maior parte do tempo trabalhando e se for algo que não nos faça feliz, não temos que nos contentar e aceitar um trabalho só porque paga as nossas contas. O mundo é cheio de oportunidades e sempre temos chances de buscar coisas melhores para nossa felicidade.

6 – Virar escravo do dinheiro

Todos precisamos de dinheiro para viver e para pagar as contas, mas que isso não vire uma causa de preocupação, que não tire a nossa paz, o nosso sorriso e o nosso sono.

7 – Buscar aceitação dos outros

Quem precisa de aprovação de outras pessoas fica o tempo todo se justificando de suas ações e sua vida. Isso gera uma confusão mental, desgaste energético e físico e ao longo do tempo, você corre o risco de se perder a sua personalidade, passando a viver como acha que os outros esperam. Preço alto para ser aceito, não acha?

8 – Alimentar diálogo interno negativo

A mente tagarela pode ser muito rude conosco mesmo. Lembre-se que o nosso pior inimigo não está fora e sim dentro de nós mesmos. É preciso cuidar com carinho do seus diálogos internos, confrontando tudo o que for negativo em positivo.

9 – Conviver com pessoas tóxicas e críticas

Aqueles que nos amam, nos apoiam e nos ajudam. Por isso, busque estar com pessoas positivas e que te fazem bem.

10 – Aceitar algum estado de infelicidade

Nunca se acomode ou se permita ficar em um lugar ou estado ou situação que não esteja feliz. Lembre-se que a vida é muito curta para isso.
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Estresse positivo ou negativo? Veja a diferença entre os dois e qual o tipo de estresse você tem vivido.

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Sempre que passamos por problemas, pressões contrariedades e ameaças, ficamos estressados. Mas é um equívoco pensar que o estresse só aparece em situações negativas. Também o sentimos quando vivemos coisas boas, como assumir um cargo novo no trabalho, ter o primeiro encontro com quem estamos apaixonados, planejar uma festa de casamento, fazer a prova de um concurso público, preparar-se para uma competição esportiva ou acompanhar o nascimento de um filho desejado.

É isso mesmo. O estresse pode ser bom ou ruim. Quando ele é positivo, recebe o nome de eustresse. Mas se for negativo, é chamado de distresse. E não é difícil perceber a diferença entre um e outro. "O eustresse e distresse causam reações fisiológicas similares. A grande diferença é emocional. O eustresse faz a pessoa se sentir motivada e satisfeita. Enquanto o distresse faz com que ela se sinta ameaçada, intimidada", distingue Ana Maria Rossi, doutora em psicologia clínica e presidente da Isma-BR (International Stress Management Association no Brasil).
Normalmente, nosso sistema de resposta ao estresse aumenta ou diminui proporcionalmente às ameaças que enfrentamos. Se há um leão prestes a atacar, ou um homem com uma arma vindo em nossa direção, o sistema libera cortisol, o que nos coloca em alerta máximo. Quando a ameaça passa, o cortisol é desligado.
A forma como interpretamos o que estamos vivendo é que determina se ele será positivo ou negativo. Mas o objetivo final do estresse é sempre o mesmo: fazer com que nos adaptemos a uma nova situação. Quando algo nos estressa temos reações fisiológicas, emocionais e comportamentais, que podem ser leves ou não. As mais intensas ocorrem em situações que nos ameaçam. Há quem fique paralisado nesses momentos. Outras pessoas reagem lutando ou fugindo, um comportamento vital para a sobrevivência em caso de perigo iminente, como um assalto ou uma enchente, por exemplo.

"As reações de estresse são muito primitivas. São mediadas pelo sistema reticular ascendente, que é um sistema de várias conexões cerebrais, mediado por noradrenalina, dopamina, serotonina e cortisol, dependendo da fase de estresse que a pessoa estiver. Todo o aparato neurobiológico, químico, é voltado para que o organismo sobreviva", ensina Luciana Siqueira, psiquiatra do Programa de Transtornos de Ansiedade do IPq-FMUSP (Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).

O estresse negativo surge em situações que provocam em nós uma montanha russa de emoções, como uma demissão, a notícia da morte de uma pessoa que amamos ou o término de um relacionamento amoroso. Por mais que nos faça sofrer, ele nos leva a ficar mais atentos ao problema e a enfrentá-lo. E isso é bom. "Se a pessoa fica excessivamente calma, ela pode não se preparar adequadamente para a situação, não tomar as precauções e os devidos cuidados. E ter um resultado negativo", analisa a psiquiatra.

Embora o eustresse não seja nocivo como o distresse, dependendo da intensidade ele também pode fazer mal. "O organismo não reconhece muitas vezes o que é positivo ou negativo. O que acontece é que os órgãos que estão envolvidos com o estresse vão ter uma sobrecarga para a qual eles não estão preparados, mesmo que seja um deflagrador positivo", explica a psiquiatra. Foi o que aconteceu com um torcedor do Flamengo, no ano passado. Quando o time carioca marcou um gol na partida final da Copa Libertadores, ele teve uma emoção tão que forte que sofreu um infarto e morreu. Mas isso é raro de acontecer.

Mesmo o distresse não costuma colocar a vida em risco, mas pode deixar sequelas emocionais. Em uma pesquisa pela Isma-BR feita em 2018, 87% dos entrevistados relataram dores musculares, incluindo dor de cabeça; 75% deles se queixaram de exaustão e 43% afirmaram ter distúrbios do sono, como acordar antes da hora mesmo dormindo tarde ou ter o sono fragmentado.

As emoções também são atingidas em cheio pelo estresse negativo. De acordo com a publicação, 89% dos entrevistados revelaram ter ansiedade, 85% declararam sofrer de angústia e 56% confessaram sentir culpa. Para suportar o mal-estar, 61% admitiram usar medicamentos (prescritos ou não), 59% assumiram consumir bebidas alcoólicas e drogas para se anestesiar da realidade e 38% contaram que se livravam do desconforto comendo petiscos.

Gatilho para doenças físicas e psíquicas

O mal que o estresse irá causar depende de alguns fatores, como a sua evolução. Na primeira fase, a de alerta, ele geralmente não provoca grandes estragos. A pessoa entra em contato com o agente estressor e pode ter sintomas como respiração ofegante, suor, boca seca, mãos e pés frios. A segunda fase é a da resistência. Nela, o estressado tenta voltar ao seu equilíbrio. Nesse momento, ele se adapta ao problema ou age para eliminá-lo, e pode sentir de um cansaço constante à diminuição do desejo sexual. Por fim, vem a fase da exaustão, quando a pessoa se prostra e surgem as doenças.

São vários os danos causados ao corpo e à mente pelo estresse negativo. Siqueira diz que quando o organismo não suporta o que está acontecendo, a pessoa pode sentir dor no peito, dor de cabeça, dores estomacais, náuseas, enjoos leves, ter hipertensão arterial, alterações no sono e no apetite, alergias, aumento do colesterol e do açúcar no sangue. "O estresse pode precipitar uma doença que está incipiente, conforme a idade, as condições físicas e genéticas da pessoa. Se for muito alto, pode desencadear reações graves", ela alerta. Em outras palavras, o estresse é um gatilho para diversos males.

As áreas de maior vulnerabilidade ao distresse são o cérebro, o coração e o aparelho gastrintestinal. "O estresse negativo vem contra a nossa vontade. Somos submetidos a situações forçadas, que têm um colorido desagradável. E isso adoece. Quando a pessoa é colocada em condições de extremo risco, ele aumenta muito", observa Siqueira. Sem falar nas consequências emocionais, como ansiedade, depressão, irritabilidade, hipersensibilidade emotiva, apatia e perda do humor.

Nem sempre conseguimos detectar esses danos no começo. "As consequências não vão acontecer de um dia para o outro. O estresse é cumulativo. Se ele ocorrer com frequência, a pessoa fica tensa, reage à situação e volta ao normal. Aí reage de novo. Um efeito ioiô emocional que é extremamente devastador". Com o tempo, a pessoa não consegue mais retornar sua linha basal ao normal, ou seja, voltar ao seu ponto de equilíbrio, e tende a desenvolver um estresse crônico. E o pior. Pode achar normal conviver com esse sofrimento.

São os sintomas, muitas vezes sutis, que sinalizam o estresse crônico, como deixar de sentir prazer em coisas que antes gostava de fazer. Quando isso acontece, a falta de energia e de motivação é tão grande que qualquer atividade vira um peso. A pessoa nem se lembra mais de quando tinha ânimo e se sentia bem. Acontece o oposto do eustresse, que dura o tempo necessário e depois vai embora, permitindo que o organismo volte ao normal. Ele é útil porque nos impulsiona a dar o nosso melhor, seja no trabalho, nos relacionamentos interpessoais ou em qualquer outra questão da vida. Assim, nos ajuda a alcançar nossos objetivos.

Afaste o distresse

Conviver com o estresse negativo não é uma tarefa fácil, principalmente para quem tem uma rotina cheia de compromissos, prazos e metas. Embora na maioria das vezes não seja uma escolha tê-lo, podemos aprender a lidar com ele. E a maneira mais simples de fazer isso é a prevenção. Quando a rotina ou as mudanças do dia a dia começam a interferir na qualidade de vida, devemos interpretá-las como um sinal amarelo. Esse é o momento de se proteger, mesmo que não seja possível evitar ou ter um controle sobre a causa do estresse.

A receita para não perdermos o equilíbrio quando vivemos uma fase estressante é nos cuidarmos. Quando fazemos isso, nos tornamos mais fortes, resilientes e equilibrados para lidar com o estresse negativo. Fazer exercícios físicos como uma simples caminhada, ter uma boa noite de sono e uma alimentação saudável já é um bom começo. Mas há outras dicas úteis como ter alguém que nos escute, não ficar horas a fio ligado no trabalho ou nas redes sociais, reservar um tempo para seus hobbies, apegar-se a fé (se for uma pessoa religiosa), ser mais flexível, mudar pensamentos e respeitar os próprios limites.

Essas medidas nos preparam para grandes enfrentamentos e até previnem um estresse futuro. Medicamentos, só em último caso. Outra dica é fazer uma autoanálise, que costuma deixar tudo mais claro. "Em primeiro lugar, a pessoa precisa estabelecer se tem ou não controle sobre a situação. Se não tiver, vire a página. Se tiver, trace um plano de ação", aconselha Rossi. Além disso, é importante descobrirmos porque estamos nos sentindo incomodados. E algumas práticas, como exercícios de respiração e meditação, podem ajudar nesse processo.

"A pessoa não deve fazer isso só quando tem um problema, mas como um investimento. Quanto melhor ela estiver, mais vai querer praticar o relaxamento porque daí vai para a 'caderneta de poupança'. No momento que ela estiver tensa, ansiosa, o resgate é automático", ilustra Rossi. Gerenciar bem o tempo também fecha as brechas para o distresse, estabelecendo prioridades e objetivos de vida. "Algumas pessoas organizam o dia como se ele tivesse 36 horas, mas tem 24. É importante fazer um balanço se a expectativa de uso do tempo está de acordo com a realidade", conclui a psicóloga.
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Como ver ao vivo alguns dos lugares e animais mais fascinantes do mundo sem sair de casa

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Companhias aéreas de todo o mundo cancelaram voos. Países fecharam suas fronteiras e muitos ordenaram que todos permaneçam dentro de casa. O novo coronavírus restringiu nosso movimento em muitos os aspectos, mas não precisa limitar nossa imaginação. 

A seguir, conheça 10 maneiras de conferir belezas espalhadas mundo afora, de graça, em tempo real - e em segurança.

1) Elefantes na África do Sul


Este canal de transmissão ao vivo mostra um poço no Tembe Elephant Park, perto da fronteira entre África do Sul e Moçambique. Na maioria das vezes, haverá pelo menos um elefante circulando, se hidratando e aproveitando o espaço. Prepare-se, porque nesta região vivem alguns dos maiores elefantes do planeta.

De vez em quando, você também poderá flagrar leopardos, leões, rinocerontes e búfalos entrando em cena em busca de água.

Os pequenos antílopes que eventualmente você verá são chamados sunis.

2) Times Square, Nova York


Talvez um dos lugares mais movimentados do mundo em tempos normais, hoje o coração de Manhattan está estranhamente quieto e silencioso, enquanto Nova York tem que lidar com dezenas de milhares de casos confirmados do novo coronavírus.

Como você verá, os telões luminosos da Times Square agora mostram shows que ninguém pode assistir, roupas que dificilmente alguém usaria neste momento de quarentena e cidades que nenhum de nós pode visitar.

3) Lapônia


Esta é para quem quiser assistir ao vivo o que acontece em um dos lugares mais remotos do planeta. As imagens em 360 graus mostram a neve profunda do norte da Finlândia, acima do Círculo Polar Ártico.

Normalmente, a pequena vila na floresta de Köngäs recebe turistas que viajavam para explorar a mitologia do norte da Finlândia e seus misteriosos elfos.

Hoje em dia, no entanto, o lugar anda ainda mais ermo que o habitual.

4) Uma praia na Tailândia


Este é o canal certo para quem quer relaxar com um pôr do sol espetacular que se repete praticamente todos os dias.

As imagens vêm de uma praia isolada na ilha de Koh Samui, na Tailândia, onde as pessoas parecem estar praticando o distanciamento social de uma maneira realmente prazerosa.

O sol se põe no local por volta das 18h30 do horário local (8h30 da manhã no horário de Brasília).

5) Auroras boreais


Dizem que o coronavírus pode ser a natureza agindo da forma mais agressiva. Aqui, você pode conferir uma natureza bem mais pacífica.

Este feed ao vivo vem da província de Manitoba, no Canadá. Se sua visita acontecer durante a noite no horário local, você verá a aurora boreal a pleno vapor, enquanto o campo magnético do nosso planeta interage com partículas carregadas pelo sol.

No momento, estamos fora da estação principal das chamadas luzes do norte. Ainda assim, as imagens são espetaculares.

(Fato aleatório: outros planetas, incluindo Netuno e Saturno, também têm auroras boreais.)

6) Veneza


Uma das cidades mais lindas e visitadas do planeta está fechada.

A Itália tem visto o pior da epidemia do coronavírus e nenhum país no mundo registrou tantas mortes pela doença. Como resultado, Veneza e o resto do país estão sob duras regras de isolamento que já duram semanas.

Este canal mostra várias partes da cidade, com suas ruas atualmente tranquilas e canais calmos. Tão calmos, na verdade, que estão mais claros e transparentes do que nunca.

7) Gorilas africanos


Este canal, que funciona noite e dia, mostra gorilas fazendo aquilo que gorilas fazem de melhor no centro de conservação Grace, no leste da República Democrática do Congo.

Nesta região, vivem algo em torno de 300 gorilas - ou 8% do total mundial - e não demora até que ao menos um apareça em frente à câmera.

Esta transmissão ao vivo é uma das várias mantidas pelo explore.org.

8) Toquio


Como a Times Square, de Nova York, o cruzamento de Shibuya na capital do Japão seria normalmente um dos mais movimentados do mundo.

Está mais calmo no momento, mas não está deserto.

E, como mostra este feed, as pessoas estão fazendo um bom trabalho mantendo distância umas das outras.

9) Norway by train


Ok, esta não é tecnicamente uma transmissão ao vivo: trata-se de uma série de longos vídeos pré-gravados que, unidos, mostram uma viagem panorâmica de trem entre as cidades de Bergen e Oslo.

Não faz mal. Como o trem serpenteia por entre fiordes, lagos e florestas na neve, as imagens são incrivelmente relaxantes.

10) Espaço!


Esta talvez seja a transmissão ao vivo mais espetacular de todas. Ele vem da Estação Espacial Internacional, que está viajando a cerca de 27.000 km/h acima de nossas cabeças (e que você talvez já tenha visto em uma noite clara).

Você pode testemunhar um nascer ou pôr do sol a cada 45 minutos, aproximadamente, e pode brincar com um jogo de adivinhação com o tema "Que país estou sobrevoando?"

O feed ao vivo está disponível apenas quando a estação espacial está em contato com a Terra - de vez em quando, há uma perda de sinal, mas elas não são tão comuns.
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Como melhorar a convivência durante a quarentena?

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Casais em isolamento: como superar momento de convivência intensa sem destruir a relação:

Em tempos de pandemia do novo coronavírus (Covid-19), cuidar da saúde sempre será prioridade. Mas há outros cuidados que também não pode passar despercebidos para quem vive sob o mesmo teto ou não. Um deles é a vida conjugal dos casais, sejam noivos, namorados ou casados.

As consequências da pandemia de coronavírus vão além da saúde e da economia. Em Xi'am, na China, houve um recorde no número de pedidos de divórcio nas últimas semanas, segundo o jornal "The Global Times".

O tabloide "New York Post" também informou que advogados especialistas em separação relataram um aumento de 50% na busca de consultas por clientes em potencial no período de isolamento social nos Estados Unidos.

O fato de as pessoas não estarem podendo sair, estarem na tensão por algo que elas não veem, mas que sabem que está matando, adoecendo... Elas ficam irritadas. E tudo bem elas ficarem irritadas. A gente não pode cobrar que, por 24 horas, elas estejam se amando o tempo inteiro.

Veja algumas dicas para te ajudar a melhorar a convivência:

1-Mantenham rotinas independentes

Pode parecer impossível, mas dá para criar uma rotina independente do cônjuge, mesmo que vocês passem o dia todo na mesma casa. Cada um deve estabelecer seus horários e atividades de forma independente.

Isso quer dizer que vocês devem negociar uma organização das tarefas pessoais e profissionais. Enquanto um trabalha, por exemplo, o outro pode fazer algum exercício físico ou entreter as crianças.

Para que funcione, se possível dê preferência para ambientes separados de trabalho. Dessa forma, um não atrapalha o outro e é possível estabelecer a privacidade de ambos. É muito importante que cada um continue com a sua individualidade, realizando suas tarefas e atividades que proporcionam prazer.

Não é porque estão confinados em uma casa que precisam fazer tudo juntos o tempo todo. Isso pode até não ser saudável para o relacionamento.

2-Respeitem a privacidade do outro

O fato de estarem trabalhando em casa não significa que estão disponíveis o dia inteiro. É preciso ter consciência de que horário de trabalho é horário de trabalho. Exceto em casos de emergência, o parceiro deve respeitar o outro e procurar não interrompê-lo durante os momentos destinados às obrigações profissionais. 

E a privacidade não diz respeito apenas ao horário de trabalho. Em alguns momentos o companheiro pode querer ficar sozinho, ler, ouvir uma música, ou seja, ter um momento introspectivo. Isso precisa ser respeitado, principalmente pelo fato de estarmos vivendo com muitas incertezas.


3-Estejam abertos para o diálogo

O único jeito de resolver os conflitos é por meio da conversa. Portanto, evite atitudes agressivas, afinal, todos já estão nervosos o suficiente. É importante se colocar à disposição para conversar sobre tudo, inclusive o relacionamento.

O que está dando certo? Como podem melhorar a convivência? Um diálogo honesto e transparente é essencial para sobreviver à quarentena com o cônjuge. 
Além da mudança de rotina e da repentina falta de momentos em que se está completamente só, quem tem filhos está precisando entretê-los ou cuidar deles durante um período maior e, diante da preocupação com o vírus, as faxinas também se intensificaram – algo que contribui para a irritação e que pode prejudicar inclusive a vida sexual do casal.

4-Tenham momentos de lazer e diversão

O lado bom de morar com alguém durante a quarentena é que você pode ter momentos de lazer em conjunto, o que pode ser ainda mais prazeroso. Apesar desse momento de incerteza, aproveitar horários livres e os finais de semana para curtirem a companhia um do outro é muito saudável.

Reservem alguns momentos na agenda para assistir filmes, cozinhar, fazer exercícios, meditar ou qualquer outra coisa que agrade ambos. É importante abstrair dos problemas ao lado de quem nos faz bem!

5-Sejam tolerantes e empáticos

Estamos vivendo um momento atípico onde, mais do que nunca, é preciso se colocar no lugar do outro e ser mais paciente.

Conflitos podem acontecer durante esse período intenso de convivência, mas você é a única pessoa responsável por decidir como irá reagir a eles. Procure ser tolerante com a ansiedade e o estresse do outro, afinal, todos nós estamos angustiados com a situação.

Busque no diálogo uma maneira de confortar as aflições do momento e seja mais tolerante com os erros do outro. Eles vão ficar mais evidentes por conta da convivência excessiva e está tudo bem!

6-Dividam os cuidados com os filhos

Casais que têm filhos enfrentam uma realidade ainda mais diferente, pois a presença das crianças muda totalmente a dinâmica da dupla. Caso os dois precisem trabalhar durante o dia, é importante estabelecer uma rotina para a criança e organizar as responsabilidades.

Os dois precisam trabalhar e descansar em algum momento, mas a criança também necessita de cuidados e atenção. A dica é aproveitar a flexibilidade para tentar encaixar atividades com a criança na rotina, alternando entre pai e mãe para que nenhum fique sobrecarregado.

O lado bom é que vocês passarão mais tempo em família, então que tal propor brincadeiras e atividades das quais todos possam participar e fortalecer o elo?

7-Façam uma divisão de tarefas justa

Se na sua casa ainda existia aquela história de que serviço de casa é responsabilidade da mulher, se esqueça disso de uma vez por todas. Com ou sem isolamento social esse tipo de pensamento já não deveria existir.

A quarentena é uma ótima oportunidade para repensar as responsabilidades dentro do lar. O período de mudanças deixa um belo convite para revermos velhos paradigmas. Que tal a ideia de cada um contribuir com as tarefas domésticas no dia a dia? Cozinhar, lavar e limpar são alguns exemplos de obrigações que devem ser divididas de acordo com a nova realidade.

Para não pesar para ninguém, o ideal é chegar a um acordo em relação às responsabilidades de cada um. Lembre-se de que é um momento de solidariedade e união.


Além disso....é preciso:
  • Reconhecer o momento: é um momento tenso, em uma atmosfera ansiosa, que é uma situação que mobiliza nosso estresse;
  • Pra eu viver um bom dueto, preciso saber fazer uma boa carreira solo: como eu estou frente a essa situação, como meu íntimo está respondendo a tudo isso? Feito esse exercício, aí sim eu posso ir a meu parceiro e dividir com ele como me sinto;
  • Dividir e perguntar: dividir como estou me sentindo, como é pra mim, perguntar para o outro como ele está. Criar um espaço de conversação que se possa externar as emoções exercita a cumplicidade;
  • Manter o ambiente de casa o mais pacífico possível mesmo em meio ao caos: Pode se manter informado, não ficar alienado, mas também tem que se preservar;
  • Alternar o dia a dia com atividades gostosas pro casal: Tudo o que promove sensação de bem estar, prazer, gasto de energia, é muito bem-vindo. Ver filmes, ouvir músicas, fazer comidinha juntos, receitinha, dar risada, conversar;
  • Manter uma rotina mesmo em quarentena é uma possibilidade de se organizar: A disciplina traz essa sensação de segurança, sentimento de organização. Mais organizado, o dia pode ficar um pouco mais previsível e isso para o cérebro traz uma sensação de segurança.

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Quarentena: como manter a saúde mental em dia?

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Muito tem se falado sobre as consequências do isolamento social. Além de prejudicar diretamente a economia, o comércio e, principalmente, pequenos e médios negócios, há também o fator humano. 

Toda esta situação tem o poder afetar a saúde mental das pessoas, aumentando os níveis de ansiedade, pois fatores desconhecidos e incertos fazem com que todos se sintam inseguros, principalmente em casos como esse, de nível mundial. 

O empreendedor está apavorado com as contas para pagar. O jovem diabético está com medo de ter complicações de saúde. A senhora de idade está sofrendo por ficar sozinha em casa todos os dias. 

A verdade é uma só: todos vão sair perdendo algo durante esta crise. Ninguém está isento. A diferença é que alguns sofrerão mais e outros menos. 

Aqui no Brasil, muito antes do coronavírus desembarcar, já havia dados da Organização Mundial da Saúde apontando que somos o país mais ansioso do mundo. E agora? Como fica a situação em tempos de isolamento? 

A grande pergunta que não quer calar é: como se adaptar ao isolamento social e cuidar da sua saúde mental? 

O que nós podemos fazer é buscar amenizar os sintomas de ansiedade e tentar viver de uma maneira saudável, refletindo sobre os aprendizados que podemos ter com toda essa triste realidade. 

Para ajudar, preparamos algumas dicas importantes para se levar em consideração quando o assunto é quarentena e ansiedade. Afinal, como cuidar da sua saúde mental em tempos de tantas incertezas? 

1. Evite bombardeio de informações na quarentena 

Um dos principais fatores de ansiedade é o excesso de informação. Em 2009, aconteceu uma pandemia do H1N1, porém, apesar dos smartphones já existirem, não tinham tanta importância como têm hoje. 

Um estudo do Google Consumer Barometer, de 2017, revelou que em 2012 somente 14% da população tinha smartphones. Enquanto isso, em 2016 o número já pulou para 62%. Hoje, há mais de 230 milhões de smartphones em uso só no Brasil. E no mundo todo? Mais de 5 bilhões de smartphones.

Já deu para entender por que as pessoas ficam muito angustiadas com o excesso de informação, não é mesmo? O tempo todo somos bombardeados por notícias em tempo real, o que gera uma ansiedade muito grande. 

A globalização está contribuindo para uma pandemia de pânico, o que gera medo excessivo na sociedade. É claro que todos precisamos estar bem informados, no entanto, não devemos ficar obcecados e sempre tomar cuidado com informações falsas, ou seja, fake news. 

Durante a quarentena, a grande dica aqui é evitar ler qualquer matéria na internet e sim procurar fontes confiáveis para se informar. Não fique o dia todo assistindo aos noticiários — procure escolher um horário do dia para se informar, caso contrário, você passará o dia todo só pensando nisso. Evite também olhar toda hora as notificações do celular, principalmente quando estiver trabalhando e precisar de concentração. 

2. Estabeleça uma rotina 

Se você já está trabalhando em casa, mas tem dúvidas sobre como criar uma rotina, siga algumas dicas simples. Primeiro, estabeleça um horário para acordar (se lembre de que você não perderá mais tempo com deslocamento até o trabalho, portanto, pode até dormir um pouquinho a mais). 

O ideal é começar a sua rotina com um bom café da manhã e não se esquecer de que ficar na cama trabalhando de pijama pode ser uma medida pouco produtiva. Procure se vestir com roupas confortáveis e criar um ambiente agradável para realizar as suas atividades. 

Se possível, procure fazer algum tipo de exercício físico. Evite, é claro, ir à academia, mas você pode fazer alongamentos ou Yoga se o espaço da sua casa permitir. Caso haja um jardim, por exemplo, você pode aproveitar para fazer algum tipo de exercício aeróbico — uma ótima dica é utilizar aplicativos como Nike Training, que fornece treinos variados que podem ser feitos em casa. 

Procure se alimentar bem ao longo do dia e não faça do home office uma desculpa para trabalhar mais horas do que o devido. É preciso aprender a encontrar um equilíbrio entre a vida profissional e pessoal nessas horas, caso contrário, você estará descuidando da saúde mental. 

3. Na quarentena, faça terapia online 

Muitos pacientes e psicólogos já estão migrando as sessões de terapia do consultório presencial para o online. Esta é uma medida recomendada para evitar o contágio do coronavírus e, ao mesmo tempo, cuidar da saúde mental. 

Caso você já faça terapia, não deixe de realizar as sessões por conta do isolamento. Converse com o seu psicólogo sobre a possibilidade da prática ser realizada online, pois isso é bom tanto para o profissional que não perde a sua renda, quanto para o indivíduo que continua saudável. 

Por outro lado, se você ainda não fizer terapia e sentir que está com os níveis de ansiedade muito altos, essa pode ser a melhor hora para começar a se cuidar. A terapia é uma grande aliada em diferentes momentos de nossas vidas e agora não poderia ser diferente. Um profissional especializado pode ser essencial para te ajudar a lidar com o medo e pânico excessivos, portanto, não hesite em procurar um psicólogo ao menor sinal de problemas. 

4. Utilize a tecnologia para se aproximar das pessoas 

Por mais que o isolamento social seja muito frustrante, não podemos negar que vivemos em uma era em que a tecnologia é capaz de ajudar (e muito) a superar este momento. Imagine só como as pessoas em isolamento se sentiam anos atrás, sem WhatsApp, Instagram e Facebook para se comunicar com os amigos e familiares? Por mais que as mídias sociais causem sobrecarga de medo e pânico, elas também têm os seus benefícios. 

Durante este difícil período, aproveite para estreitar laços com as pessoas queridas. Ligue para os seus avós que estão sozinhos em casa; faça uma ligação por Skype com a sua amiga que não vê há muito tempo e também está isolada; marque uma chamada de vídeo com todos os seus primos. 

A pandemia do coronavírus tem o poder de aflorar sentimentos de abandono e rejeição, portanto, é importante se manter de alguma forma conectado às pessoas que você ama. Sem contar que é uma ótima maneira de se distrair e passar o tempo. 

5. Use a quarentena para se dedicar a atividades que gosta 

Quantas vezes você já reclamou de não ter tempo para fazer algo que gosta? Com certeza agora é o momento de investir naquele hobby de pintar, desenhar, escrever, ler ou aprender a cozinhar. 

Apesar das desvantagens do isolamento social, também é uma boa hora para esquecer as desculpas e começar a dar atenção para atividades que você deixa de lado no dia a dia. Que tal aproveitar esse momento para investir em tudo aquilo que gosta de fazer? 

Além disso, com a internet temos acesso a muito conteúdo gratuito. É possível assistir aulas online, fazer cursos e realmente mergulhar em uma nova paixão. 

6. Pratique meditação 

Uma ferramenta valiosa e que já está no cotidiano de muitas pessoas deve receber ainda mais atenção agora. A meditação é grátis e pode ser feita em qualquer lugar da sua casa. 

Você precisa apenas se sentar em uma posição confortável, fechar os olhos e não se prender a nenhum dos pensamentos que lhe ocorrerem. Caso você nunca tenha praticado, a recomendação é utilizar aplicativos com meditações guiadas, que poderão ser úteis no começo. Algumas dicas são Insight Timer e Headspace. 

A meditação irá te ajudar a diminuir os níveis de ansiedade e estresse, além de ser benéfica para o fortalecimento do seu sistema imunológico. Afinal, quando a nossa mente vai bem, o corpo fica mais forte também. 

Nesse período de quarentena, a dica é fazer pelo menos uma meditação por dia, mas se quiser ir além você pode começar e iniciar o seu dia com pequenas meditações para ficar mais tranquilo. 

7- Tenha a certeza de que você não está sozinho 

Por mais que o isolamento social afete a saúde mental e faça as pessoas se sentirem sozinhas, abandonadas e até rejeitadas, é preciso trabalhar a ideia de que este é um momento delicado pelo qual todos nós precisamos passar juntos. 

Durante a pandemia do coronavírus, procure cultivar pensamentos positivos. Isso porque os pensamentos podem ser uma das grandes causas da sua ansiedade. Acorde, faça um alongamento, foque na sua respiração e agradeça. 

Ao longo do dia, não se deixe apegar por pensamentos ruins e nem fique ruminando o medo. Procure conversar com familiares e amigos para desabafar e expor como se sente. Você não está sozinho, estamos todos juntos. Afinal, só há um caminho para superarmos tudo o que está acontecendo: lutando juntos e pensando nos outros, além de em nós mesmos. 



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Qual o seu talento? Três perguntas para te ajudar a descobrir.

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Todos nós temos talento, mas não temos talento para tudo. O difícil é identificar a habilidade que possuímos, especialmente quando pretendemos começar uma nova etapa profissional ou estamos um pouco perdidos. Mas existem três perguntas simples que podem nos orientar. Do que você gosta? O que você faz bem? O que os outros valorizam em você? Quando as respostas não são as mesmas, surgem os conflitos.

Antes de analisar as perguntas com mais detalhes, façamos duas breves ponderações. Primeiro, não estamos falando de talento como o dos artistas ou gênios, mas daquelas capacidades com as quais nos destacamos e alcançamos bons resultados no plano profissoional. Segundo, não são capacidades inatas. Claro que trazemos certas habilidades do berço, mas o que conta no plano profissional requer trabalho e esforço. Após essas reflexões, vejamos agora as três questões anteriores.

- Do que você gosta? A paixão é o principal motor para o desenvolvimento de nosso potencial. Se não curtimos o que fazemos, dificilmente poderemos nos destacar. Motivação e paixão são coisas diferentes. A motivação pode acabar um dia porque tivemos uma noite ruim ou um problema; já a paixão é contínua no tempo, não sendo prejudicada por circunstâncias pontuais.


- O que você faz bem? Você pode gostar muito de alguma coisa, mas, para ter talento, precisa se destacar e alcançar resultados. Isso exige dedicação e aprendizagem, além de iniciativa para experimentar e contar com professores ou com referentes. Ou seja: dedicar tempo e esforço. O pintor Pablo Picasso resumiu de forma magnífica: “A inspiração existe, mas tem que encontrar você trabalhando.”

- O que os outros valorizam em você? Se estamos falando do âmbito profissional, precisamos transformar nossas habilidades em resultados. Você pode ter paixão pelo seu trabalho e dedicar tempo e esforço. Mas se isso não interessar aos demais, dificilmente será considerado um talento. Como explicamos antes, não estamos falando desses gênios que foram reconhecidos após a morte, mas da maioria das pessoas – que necessitam de uma empresa ou cliente dispostos a pagar por seu trabalho.

Se essas três condições não forem cumpridas, é complicado que uma pessoa tenha um talento reconhecido e perdurável. Se uma das respostas não tiver relação com as outras duas, surgem os problemas. Por exemplo: se você tem entusiasmo pelo que faz, e faz bem, mas ninguém está disposto a valorizar esse trabalho, então é um hobby. Você vai curtir e se divertir, mas dificilmente poderá ganhar a vida com ele.  

Por outro lado, se se você faz algo bem e os outros reconhecem, mas você não gosta de fazer, acaba preso na rotina e pode terminar se queimando com o que faz. Vai ser difícil largar, porque o sucesso não é bom aliado para as mudanças. Pouco a pouco, contudo, você vai se desgastar. Por último, se você gosta muito do que faz e os outros reconhecem seu trabalho, mas você não faz bem, então é um sucesso muito vulnerável. A qualquer momento, outra pessoa poderá levar a melhor sem você perceber.

Em resumo, devemos pensar em nosso trabalho: se você gosta do que faz, considera que faz bem e se sente valorizado por isso. Se a resposta nos três casos for sim, você tem mais possibilidades de ter um talento reconhecido no tempo.



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A música mexe com seu cérebro e pode aumentar a sua produtividade; entenda como

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A trilha sonora correta  pode mudar o clima em um ambiente, deixando as pessoas mais animadas ou até mesmo tristes. É a música que define situações como um casamento e até mesmo uma festa de formatura. Mas o que muitas pessoas não sabem é que ela também afeta a sua produtividade.


Dentre os benefícios de uma música escolhida a dedo estão o estímulo a memória e o aumento na performance cerebral. Mas os efeitos se estendem para muitos outros fatores. Confira alguns deles.


A música melhora o seu humor 


Quando você ouve uma música que gosta, o seu cérebro libera uma substância chamada dopamina, que age como neurotransmissor e te faz se sentir bem, reduzindo o estresse e ansiedade.


E esses efeitos já foram testados cientificamente! Em um estudo, por exemplo, os pesquisadores estudaram os efeitos da música em pacientes que estavam se recuperando de uma cirurgia.


Parte deles foi submetida a um tratamento com remédios para ansiedade, já outra parcela deles apenas escutou músicas pré-selecionadas.


No final do estudo, foi constatado que os pacientes que foram submetidos à música experimentaram menos ansiedade do que aqueles que havia tomado remédios. Os níveis de cortisol – hormônio responsável pelo estresse - também foram menores.


Para trabalhar, prefira instrumentais. 


Não é toda a música que pode te ajudar a trabalhar melhor. Pesquisas indicam que músicas que possuem letras podem reduzir sua performance mental. Em contrapartida, trilhas instrumentais podem dar um salto na sua produtividade

Outros estudos também apontaram que o quanto mais vozes você ouvir na trilha, menos produtivo você será. 


A música melhora sua performance física. 


Escutar músicas motivacionais enquanto se exercita pode te ajudar a reduzir o tédio e melhorar a qualidade do seu treino.


De acordo com um estudo realizado pelo psicologista especializado em esportes Costas Karageorghis, uma das maneiras que a música aprimora suas atividades físicas é aumentando sua capacidade de se exercitar por mais tempo e com mais intensidade.


Tarefa entediante? A música pode te ajudar 


De acordo com o neurocientista e autor do livro “This Is Your Bain on Music”, a música pode tornar tarefas repetitivas mais agradáveis e aumentar a sua concentração.


Música melhora seu foco 


Não só um, mas estudos descobriram que certas as regiões do nosso cérebro responsáveis por fortes emoção e concentração são mais ativas quando nós ouvimos uma trilha sonora familiar. Em contrapartida, músicas desconhecidas não possuem o mesmo efeito e podem até mesmo te distrair!


Ouvir músicas entre uma tarefa pode ser o ideial 


Conforme já vimos, ouvir música enquanto trabalha pode ter efeitos positivos e negativos na sua performance.Entretanto, um estudo realizado com estudantes mostrou que, caso fossem ouvidas durante breves momentos de descanso, a exposição à música aumentava significativamente a capacidade de concentração dos jovens. Assim, eles conseguiam permanecer concentrados em textos longos e densos com mais facilidade. 


Que tipos de músicas você deveria escutar? 


O tipo de música que você irá escutar é extremamente importante para ajudar a melhorar sua performance. Entretanto, é preciso considerar alguns fatores:

• Quantas letras a música possuí; 

• Se você já está familiarizado com a música; 

• O quão repetitiva é a tarefa que você irá fazer enquanto ouve; 

• Se você irá se engajar em uma atividade física ou mental.


Se você irá ler um livro, por exemplo, é recomendável ouvir uma música ambiente - ou até mesmo clássica.  Agora, se você for correr, talvez seja uma boa ideia optar por rock ou até mesmo música pop.

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